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Implantes Hormonais Bioidêntico (Elmeco)

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O que são

Os implantes hormonais são dispositivos que contém moléculas de hormônios em seu interior. São inseridos no consultório de forma rápida e indolor (com anestesia local) geralmente na região subcutânea (embaixo da pele) do glúteo, com liberação lenta e progressiva, tendo uma eficácia média de seis meses, totalmente absorvido pelo organismo, não sendo necessária a sua retirada.

Estes hormônios ficaram popularmente conhecidos como chip da beleza, pois apresentam efeitos “colaterais” estéticos como aumento de energia e de força muscular, redução da celulite, definição corporal devido a diminuição da gordura corporal e, consequentemente, melhora do ganho de massa magra, melhorando a disposição e a as queixas sexuais (libido) e ainda uma melhora da qualidade de vida e do humor.

Existem várias concentrações e tipos de hormônios que devem ser dosados e individualizados de acordo com a necessidade de cada paciente através de exames específicos e utilizados, principalmente, em mulheres que já tem um perfil de hábitos de vida saudável com prática de atividade física e alimentação. Como nenhum método é milagroso, podem existir efeitos colaterais como aumento dos pelos corpóreos, acne, oleosidade da pele e queda capilar, geralmente nos primeiros meses, e que são controlados com tratamentos dermatológicos associados.

O perfil de mulheres que se beneficiam com os implantes hormonais (principalmente a gestrinona) e possuem bons resultados são:

– Aquelas que usam a pílula contraceptiva (diminui a testosterona livre no organismo da mulher) e queixam de alterações na libido

– Com dificuldade no emagrecimento e ganho de massa muscular, mesmo com prática regular de atividade física

– Com idade entre 35-40 anos que enfrentam os sintomas de metabolismo lento, flacidez e acúmulo de gordura

– Que estão na menopausa com queixas de indisposição, cansaço, diminuição da massa óssea ou osteoporose, ressecamento vaginal e diminuição da libido.

Tipos

GESTRINONA 

A gestrinona é um 19-nor-esteróide, anti-estrogênio e antiprogesterona usado por via oral no tratamento da endometriose e da miomatose. O composto tem efeito anabolizante e hemostático, sendo por isso também utilizado no tratamento da anemia. Outras patologias estrogênio-dependentes respondem bem à gestrinona, especialmente as mastopatias.

Sob a forma de implantes a gestrinona, assim como outros implantes hormonais, oferece a vantagem de não sofrer efeito de primeira passagem e ser liberada lentamente ao longo de um ano, inibindo a ovulação e a menstruação.

A gestrinona, além das indicações tradicionais como a endometriose e a miomatose, é indicada também para o tratamento da TPM, da adenomiose, da hipertrofia uterina, da baixa da libido, da perda de massa muscular e da massa óssea, revertendo, quando associada a estrogênio, a osteopenia ao fim de alguns meses. Os efeitos colaterais da gestrinona são observados mais nas mulheres jovens e refletem a sua ação androgênica.

A gestrinona, também associada ao estrogênio, pode ser utilizada em pacientes cuja reposição hormonal na menopausa com estradiol e testosterona está produzindo repetidamente espessamento de endométrio.

TESTOSTERONA

Nas mulheres a associação do estradiol com testosterona se faz habitualmente com base nos níveis sanguíneos de testosterona total. O número de implantes de testosterona varia, sempre que possível, em proporção com os implantes de estradiol.

Nos homens a reposição hormonal em homens com níveis baixos de testosterona também deve ser feita com base nos níveis sanguíneos da testosterona total. A testosterona livre deve igualmente ser dosada porque a principal alteração que se obtém após a aplicação dos implantes é na fração livre.

ESTRADIOL

A reposição hormonal com implantes de estradiol deve ser iniciada com base nos níveis sanguíneos do hormônio, obtidos na fase proliferativa do ciclo menstrual, de preferência entre o 10º e 12º dia.

Nas pacientes que encontram-se na menopausa, a dosagem deve ser feita alguns dias depois de suspenso qualquer outro tipo de reposição hormonal que esteja em uso. Nas pacientes com sintomas cujo nível de estradiol esteja acima de 80 pg/mL, não mais de quatro implantes devem ser inseridos.

A duração do efeito dos implantes em não-fumantes é cerca de um ano. Cada implante contendo 50 mg libera cerca de 4-5 mcg de estradiol por dia.

NESTORONE

Conhecida nos Estados Unidos como nestorone e cuja sigla é ST-1435, um único implante contendo 50 mg inibe a ovulação por seis meses. A menstruação e a TPM também são inibidas. O nestorone é um 19-nor esteróide que bloqueia, tanto o pico estrogênico quanto o pico androgênico, reduzindo assim os níveis elevados dos hormônios na fase ovulatória. Esse efeito torna o seu uso em portadoras de patologias estrogênio-dependentes ou androgênio-dependentes interessante, porque sem causar efeitos climatéricos nas usuárias, como ocorre com os análogos (agonistas e antagonistas do LHRH), provoca regressão de endometriomas e miomas.

Durante os primeiros três meses de uso, 50% das pacientes sangram irregularmente. No segundo trimestre, o sangramento diminui para 30% . Nas pacientes hirsutas, particularmente as portadoras de ovários policísticos, o bloqueio androgênico resulta em melhora da sintomatologia mais rapidamente do que com o uso de anticoncepcionais orais. Igualmente nas pacientes que têm TPM e não querem sofrer efeitos colaterais, o nestorone (um implante) associado à testosterona (dois implantes) é mais indicado do que a gestrinona.

Em um estudo realizado no Brasil, em pacientes de endometriose e portadoras de dismenorréia, a intensidade da dor foi reduzida desde o primeiro mês de tratamento. Ao final do primeiro trimestre, nenhuma paciente referia dor forte ou incapacitante cuja incidência foi reduzida de 86% para zero.

ACETATO DE NOMEGESTOL

Outro progestínico que pode ser utilizado na reposição hormonal é o acetato de nomegestrol. Em associação com o 17 β estradiol, serve ao propósito de proteger o endométrio com menos efeitos colaterais que o levonorgestrel, exigindo um número menor de implantes.

O Nomegestrol é largamente utilizado na Europa e no Brasil com o nome comercial de Lutenil. Os principais padrões de sangramento deste implante hormonal, quando usado como anticoncepcional sob a forma de implante único contendo 55 mg de acetato de nomegestrol, são diferentes dos outros implantes porque metade das pacientes (40-66%) menstrua regularmente e a amenorréia é rara (2-5%). Em um estudo realizado em 1.803 mulheres em idade reprodutiva em nove países a ocorrência de gravidez ao fim de um ano foi de menos de 1%.